sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aprendendo a ser feliz sozinho

É possível sentir atualmente, uma atmosfera de solidão que incomoda muitas pessoas. Ironicamente, na era da globalização, em que diversas tecnologias são implementadas com o intuito de diminuir a distância entre as pessoas, muita gente ainda se sente só. Paira no ar uma desesperada busca de se encontrar, se definir, uma constante angústia de se reconhecer, de pertencer, de ser acolhido, de se identificar, de preencher o vazio que incomoda, dia após dia. É a angústia do vazio daqueles que vivem perdidos no meio da multidão. Cada dia mais lotam-se os consultórios de psicanálise: a superficialidade predomina, não se consegue mais alcançar o profundo. Tal qual a ironia, que quanto mais as pessoas “possuem”, “evoluem”, “conquistam”, mais sozinhas elas se sentem. Isso acontece porque as  pessoas não aprenderam a ficar sozinhas – é preciso sempre alguém para preencher o vazio. E até que se entenda que você é suficiente, que pode ser completo sem ninguém, relacionamentos incompletos continuarão acontecendo, como um ciclo vicioso. Por exemplo, uma pessoa está sozinha a algum tempo, e não consegue ser feliz assim. Sente que precisa encontrar alguém para ser feliz e, nessa busca desesperada para preencher o vazio, ela encontra um outro alguém, que também está na mesma situação. O que acontece então, é a fusão de dois corpos perdidos, de duas metades e não dois inteiros. Essas duas pessoas podem ficar juntas, mas lá no fundo só fizeram um acordo para que possam suprir suas faltas. Isso jamais será amor. Elas continuarão solitárias, mas a presença uma da outra irá mascarar a solidão, e mais um relacionamento baseado na mentira e ilusão terá se formado. Agora parece que está tudo bem: “Eu não estou mais sozinha”, “Ela é maravilhosa”. Mas elas nem imaginam que ai é que começa o verdadeiro sofrimento, e começam achar que era melhor ficarem sozinhas. Mas é claro, a soma de duas pessoas tristes, melancólicas e vazias só pode multiplicar a negatividade.  E assim o ciclo continua, trazendo dor e sofrimento infinitos. Isso acontece porque, quando a pessoa não consegue ser feliz sozinha, ela entrega sua felicidade na mão do outro, criando uma relação de dependência. Você já parou para pensar o quão perigoso pode ser entregar a sua felicidade na mão do outro? É uma responsabilidade muito grande, e ninguém pode ser feliz carregando esse fardo. Um fardo, isso mesmo. Já pensou como pode ser ruim acordar todos os dias sabendo que a felicidade de outra pessoa depende completamente de você, e que você será responsável por isso? Não precisa nem entender muito do assunto para constatar que, cedo ou tarde, isso acarretará em dor, sofrimento, porque o relacionamento passa a ser prisão, e não uma oportunidade de compartilhar bons momentos. Isso não pode ser saudável para ninguém.
Parece então que temos um problema aí. Se perguntarmos para diversas pessoas o que elas querem da vida, a resposta mais freqüente provavelmente seria: Ser feliz. Pessoas passam a vida toda tentando ser felizes. Mas afinal, por que é tão difícil encontrar essa tal felicidade? A resposta é simples: estão procurando no lugar errado. Há sempre a ilusão de que a felicidade vai ser trazida por algo exterior: alguém maravilhoso vai cair de pára-quedas no seu quintal, você vai ganhar na loteria, vai viajar o mundo todo, vai comprar a casa dos seus sonhos, e assim por diante. Mas acredite, nada disso te trará felicidade. Essas coisas com certeza poderão trazer alegrias momentâneas, mas não felicidade. É preciso entender de uma vez por todas: Não se fica feliz, se é feliz. A felicidade vem de dentro. Você é livre para escolher ser feliz ou infeliz, e isso vai dizer como você vai encarar os fatos da vida. A felicidade acontece quando a vida se encaixa com o que você é. É muito mais fácil aceitar o que a sociedade te propõe do que se voltar para o que você realmente quer. Viva de acordo com o que acredita, seja verdadeiro e procure se cercar de pessoas verdadeiras. Não se deixe enganar com ilusões passageiras, que só trazem sofrimento. E quando você realmente se sentir bem e feliz com você mesmo automaticamente vai sentir uma necessidade de compartilhar. Você tem tanto que pode dividir, e só com essa mentalidade conseguirá encontrar alguém com quem possa criar um relacionamento verdadeiro. Agora você poderá viver livre e não mais em uma prisão. Poderá escolher alguém para dividir momentos, porque quer e não mais porque precisa. Essa é a ordem: parceria e não necessidade. Temos que entender que criar um relacionamento com alguém é como escolher um companheiro de viagem, e não um salvador que irá trazer felicidade eterna. Começando com essa mentalidade eliminará boa parte dos conflitos nos relacionamentos. Quando duas pessoas se juntam por interesse, porque precisam usar a pessoa para preencher uma lacuna que existe dentro delas, nunca haverá liberdade. Elas vão estar sempre cobrando, esperando que o parceiro/a se comporte de uma determinada forma, porque precisam disso, dependem disso, a felicidade está em jogo, então irão manipular até quando for preciso. Relacionamentos assim são venenosos – é hora de cortar a erva-daninha pela raiz.

Por Jaqueline Barbosa

3 comentários:

  1. GASPARETTO EM SUAS PALESTRAS MINISTRADAS EM S.P AFIRMA: A MINHA FELICIDADE Ñ DEPENDE DA SUA,ELA É ALGO PARTICULAR, VEM DO ÚTERO. AGENTE TEM ESSA COISA DE BUSCAR NO OUTRO AQUILO Q NOS FALTA, ENGANDO.ADOREI O TEXTO YANA, MUITO INTELIGENTE.BJOS..

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