terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para o relacionamento a palavra-chave é superação

As quatro fases dos relacionamentos
Quando se começa um relacionamento, qualquer que seja ele: de esposos ou familiar, de pais e filhos, entre parentes e até entre amigos, acontece, a meu ver, um processo de entrelaçamento de vida, apresentando na prática em 4 fases distintas: o encantamento, o sofrimento, a decepção e a superação.

A primeira fase do relacionamento é o encantamento, porque é a fase inicial, quando se conhece a pessoa, no caso do pai ou da mãe quando vê o filho recém-nascido, eles “babam” de encantamento. Quando um casal começa a namorar é a mesma reação, tudo leva a olhar com amor, a querer bem, os defeitos ficam totalmente obscurecidos pela paixão, é um encantamento. O mesmo acontece com todos os tipos de relacionamentos humanos.


Com o passar do tempo, as pessoas, principalmente as que vivem juntas, começam a se ferir com os desencontros de opiniões, as discussões, os desencontros e brigas, palavras colocadas inadequadamente, egoísmos. É a fase do sofrimento. Amar nos provoca muito sofrimento e também fazemos sofrer a quem mais amamos. E é natural que isso aconteça, porque a pessoa traz em si misérias e pecados que acabam se revelando no processo de comunicação; em meio às virtudes, que todos temos, estes pecados sempre acabam provocando sofrimento nas pessoas com quem convivemos.

O relacionamento chega ao ápice da crise quando a pessoa amada se mostra totalmente o oposto do que havíamos sonhado [que ela fosse]. Isso porque nós temos a facilidade de idealizar as pessoas e construir “castelos de areia” sobre o que imaginamos que elas sejam ou possam ser. Na fase da decepção, quando tudo isso cai por terra por traições físicas ou espirituais, resta um grande vazio no relacionamento e há a vontade de desistir de tudo por conta da quebra de qualquer expectativa de possibilidade de viver com essa pessoa que nos decepcionou profundamente; fato este que gera mágoas e ressentimentos enormes e uma verdadeira crise. Todos nós já decepcionamos alguém e fomos decepcionados no processo de vida em comum.

Vejo que a crise (e no casamento acontecem muitas) é também muito importante para o crescimento espiritual do casal. Porque só se cresce a partir de crises. A este crescimento eu chamo de superação, que é a fase madura do relacionamento. A superação é a recuperação da fase do encantamento por meio de atitudes de acolhimento da fraqueza da outra pessoa. Num relacionamento dilacerado pelas fases intermediárias (sofrimento e decepção) a superação é a busca de um novo entendimento, visando uma nova relação humana, pautada no conhecimento profundo, sem máscaras ou fingimentos.

Superação é a “palavra-chave” do relacionamento, pois ninguém se exime de viver a decepção e o sofrimento provocado pelo outro. O caminho que proponho é buscar o diálogo a cada momento, visando superar tudo isso e reavivar o amor, tendo como premissa o amor de Deus, que é grandioso, que perdoa sempre e supera nossa humanidade ferida pelo pecado, dando-nos a cada dia uma nova chance, um começar tudo de novo, com a alma lavada pelo Seu Sangue e totalmente perdoada. Olhando para esta atitute do Senhor dê passos para viver essa superação em seus relacionamentos humanos.

Diácono Paulo Lourenço

Recebi este email da minha prima Cris, ela mora em Natal e no meu coração, sempre me manda textos lindos, mais este, me fez refletir sobre a dificuldade que temos em mantermos um relacionamento, por besteira, desistimos fácil de se relacionar, o problema está no egoísmo, no desespero de conseguir estatus, fortuna, hoje, se não somamos, não servimos...
Yaya

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aprendendo a ser feliz sozinho

É possível sentir atualmente, uma atmosfera de solidão que incomoda muitas pessoas. Ironicamente, na era da globalização, em que diversas tecnologias são implementadas com o intuito de diminuir a distância entre as pessoas, muita gente ainda se sente só. Paira no ar uma desesperada busca de se encontrar, se definir, uma constante angústia de se reconhecer, de pertencer, de ser acolhido, de se identificar, de preencher o vazio que incomoda, dia após dia. É a angústia do vazio daqueles que vivem perdidos no meio da multidão. Cada dia mais lotam-se os consultórios de psicanálise: a superficialidade predomina, não se consegue mais alcançar o profundo. Tal qual a ironia, que quanto mais as pessoas “possuem”, “evoluem”, “conquistam”, mais sozinhas elas se sentem. Isso acontece porque as  pessoas não aprenderam a ficar sozinhas – é preciso sempre alguém para preencher o vazio. E até que se entenda que você é suficiente, que pode ser completo sem ninguém, relacionamentos incompletos continuarão acontecendo, como um ciclo vicioso. Por exemplo, uma pessoa está sozinha a algum tempo, e não consegue ser feliz assim. Sente que precisa encontrar alguém para ser feliz e, nessa busca desesperada para preencher o vazio, ela encontra um outro alguém, que também está na mesma situação. O que acontece então, é a fusão de dois corpos perdidos, de duas metades e não dois inteiros. Essas duas pessoas podem ficar juntas, mas lá no fundo só fizeram um acordo para que possam suprir suas faltas. Isso jamais será amor. Elas continuarão solitárias, mas a presença uma da outra irá mascarar a solidão, e mais um relacionamento baseado na mentira e ilusão terá se formado. Agora parece que está tudo bem: “Eu não estou mais sozinha”, “Ela é maravilhosa”. Mas elas nem imaginam que ai é que começa o verdadeiro sofrimento, e começam achar que era melhor ficarem sozinhas. Mas é claro, a soma de duas pessoas tristes, melancólicas e vazias só pode multiplicar a negatividade.  E assim o ciclo continua, trazendo dor e sofrimento infinitos. Isso acontece porque, quando a pessoa não consegue ser feliz sozinha, ela entrega sua felicidade na mão do outro, criando uma relação de dependência. Você já parou para pensar o quão perigoso pode ser entregar a sua felicidade na mão do outro? É uma responsabilidade muito grande, e ninguém pode ser feliz carregando esse fardo. Um fardo, isso mesmo. Já pensou como pode ser ruim acordar todos os dias sabendo que a felicidade de outra pessoa depende completamente de você, e que você será responsável por isso? Não precisa nem entender muito do assunto para constatar que, cedo ou tarde, isso acarretará em dor, sofrimento, porque o relacionamento passa a ser prisão, e não uma oportunidade de compartilhar bons momentos. Isso não pode ser saudável para ninguém.
Parece então que temos um problema aí. Se perguntarmos para diversas pessoas o que elas querem da vida, a resposta mais freqüente provavelmente seria: Ser feliz. Pessoas passam a vida toda tentando ser felizes. Mas afinal, por que é tão difícil encontrar essa tal felicidade? A resposta é simples: estão procurando no lugar errado. Há sempre a ilusão de que a felicidade vai ser trazida por algo exterior: alguém maravilhoso vai cair de pára-quedas no seu quintal, você vai ganhar na loteria, vai viajar o mundo todo, vai comprar a casa dos seus sonhos, e assim por diante. Mas acredite, nada disso te trará felicidade. Essas coisas com certeza poderão trazer alegrias momentâneas, mas não felicidade. É preciso entender de uma vez por todas: Não se fica feliz, se é feliz. A felicidade vem de dentro. Você é livre para escolher ser feliz ou infeliz, e isso vai dizer como você vai encarar os fatos da vida. A felicidade acontece quando a vida se encaixa com o que você é. É muito mais fácil aceitar o que a sociedade te propõe do que se voltar para o que você realmente quer. Viva de acordo com o que acredita, seja verdadeiro e procure se cercar de pessoas verdadeiras. Não se deixe enganar com ilusões passageiras, que só trazem sofrimento. E quando você realmente se sentir bem e feliz com você mesmo automaticamente vai sentir uma necessidade de compartilhar. Você tem tanto que pode dividir, e só com essa mentalidade conseguirá encontrar alguém com quem possa criar um relacionamento verdadeiro. Agora você poderá viver livre e não mais em uma prisão. Poderá escolher alguém para dividir momentos, porque quer e não mais porque precisa. Essa é a ordem: parceria e não necessidade. Temos que entender que criar um relacionamento com alguém é como escolher um companheiro de viagem, e não um salvador que irá trazer felicidade eterna. Começando com essa mentalidade eliminará boa parte dos conflitos nos relacionamentos. Quando duas pessoas se juntam por interesse, porque precisam usar a pessoa para preencher uma lacuna que existe dentro delas, nunca haverá liberdade. Elas vão estar sempre cobrando, esperando que o parceiro/a se comporte de uma determinada forma, porque precisam disso, dependem disso, a felicidade está em jogo, então irão manipular até quando for preciso. Relacionamentos assim são venenosos – é hora de cortar a erva-daninha pela raiz.

Por Jaqueline Barbosa